Mercado de saudabilidade e bem-estar cresce também no Brasil

Entre 2008 e 2013, lançamento de produtos e remodelagem de embalagens para diabético, alérgico ou vegetariano cresceu uma média de 50%. Estudo é do Mundo do Marketing com a Mintel

Por Lilian Calmon, do Mundo do Marketing | 01/10/2013
lilian@mundodomarketing.com.br

Seguindo a tendência internacional, o mercado de saudabilidade e bem-estar cresce no país. Empresas lançam novos produtos mais saudáveis e até uma nova categoria foi criada nos últimos anos, a dos aliméticos, que são os alimentos com propriedades cosméticas. Entre 2008 e 2013, a média de crescimento de lançamentos e de remodelagem de embalagens foi de 50% para itens voltados a diabéticos, alérgicos, veganos ou vegetarianos de acordo com estudo encomendado pelo Mundo do Marketing ao Instituto Mintel.Carolina Senna_Holis

A busca das pessoas por mais equilíbrio abre oportunidades no setor como a criação de e-commerces voltados para quem procura qualidade de vida. Em agosto de 2013, pela primeira vez, o índice de sobrepeso no Brasil atingiu mais da metade da população, alcançando 51% segundo levantamento da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) baseado no ano passado. Em 2006, primeiro ano da pesquisa, o índice era de 43%.

Apesar do resultado, cerca de 70% dos consumidores leem sempre os rótulos das embalagens, sendo que 52% deles procuram informações sobre calorias, 39% sobre gordura, 29% sobre colesterol e 27% sobre açúcar. Para 40% dos brasileiros, a televisão é a principal fonte de informação sobre a importância dos alimentos. Em segundo lugar, aparecem praticamente empatados os médicos e os nutricionistas com 20% e 19%. Os números são do projeto Brasil Food Trends 2020, desenvolvido pelo Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital) em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Tendências nacionais
Das quatro tendências de alimentação encontradas no Brasil, três são similares às globais: as pessoas não têm tempo para cozinhar em casa, com 34%; a marca é o mais importante na escolha do alimento, com 23%; e a opção pelo mais gostoso quando comparado ao mais saudável, também com 22%.  A quarta tendência nacional, com 21%, é uma fusão entre a decisão de comprar um produto saudável mesmo que ele seja mais caro e a preferência por itens fabricados por empresas que protegem o meio ambiente ou desenvolvem ações sociais. Os dados são do Brasil Food Trends 2020.

A conexão entre bem-estar e a sustentabilidade foi observada pelo site de autoconhecimento Personare, agora reposicionado como Grupo Personare. O Grupo investiu R$ 600 mil na startup Shopping Holis, o primeiro shopping online de bem viver do país, tornando-se um agregador de produtos, serviços e profissionais com foco em bem-estar, autoconhecimento e qualidade de vida. “Vimos que a sustentabilidade é a base do bem-estar. O quanto você liga para ações sustentáveis desenvolvidas a sua volta se estiver estressado? Queremos trabalhar o interior das pessoas, porque, quando estamos em equilíbrio, tendemos a consumir menos”, diz Carolina Senna, Diretora do Grupo Personare em entrevista ao Mundo do Marketing.

A ideia surgiu a partir de pesquisas que mostraram a existência de varejistas no setor de saúde e bem-estar que não conseguiam vender seus produtos online, porque, muitas vezes, o consumidor não tinha confiança nos sites. “O público queria comprar, mas não sabia onde e não tinha confiança. Do lado dos varejistas, alguns ficaram empolgados com a oportunidade de falar com a nossa base de dados, mas outros ficaram com medo e aí entrou a nossa parte educacional”, comenta a Carolina. Lançado em julho de 2013, o próximo passo do Holis será investir em varejistas que não têm nenhuma presença na web. “Não queremos ser só intermediários, queremos atuar também na organização do setor”, antecipa Carolina Senna.

Qualidade da informação

Edson-Mazeto-JrAtento ao potencial dos produtos que fizessem algo a mais pela saúde, Edson Mazzeto Jr criou a marca de sucos funcionais Juxx  em 2006. Naquela época, os consumidores já se interessavam por esses itens, mas hoje eles estão mais imbuídos do conceito. Um dos motivos para isso é a facilidade de acesso a informações via internet. Cerca de 60% dos brasileiros se consideram informados sobre a importância da alimentação. No entanto, em relação a produtos funcionais, 40% das pessoas não sabem do que se trata e 30% só conhecem de ouvir falar, de acordo com o estudo Brasil Food Trends 2020.

A consultora de meio ambiente Karla Macedo, de 33 anos, costuma pesquisar na web novidades nas áreas de alimentação e de exercício físico. Desde a adolescência, ela se preocupa com o que come e esse ano resolveu adotar a nutrição funcional. “Não são todas as pessoas que conseguem seguir a dieta, mas isso depende do objetivo de cada um. Tinha enxaqueca, cortei a lactose da minha alimentação e melhorei. Quero envelhecer bem e magreza não necessariamente é sinônimo de saúde. Se meu organismo está equilibrado, não tem motivo para eu estar acima do peso”, diz Karla Macedo, em entrevista ao portal.

A Juxx vem trabalhando em conjunto com profissionais de saúde desde a sua entrada no mercado brasileiro. “A minha primeira ação foi buscar uma junta de médicos que dessem parâmetros para a formulação do produto no laboratório. Não adianta uma fruta ser benéfica para a saúde se, na hora de produzir o suco, a qualidade nutricional não for mantida”, explica Edson Mazzeto Jr., Diretor da Juxx, em entrevista ao Mundo do Marketing. Para 2014, a previsão é que seja lançada uma linha de produtos sem açúcar para as crianças.

Aliméticos à venda no exterior
Além de saúde, os brasileiros também demonstram interesse por alimentos com propriedades cosméticas, os chamados aliméticos, que são uma nova categoria de produto criada pela marca Beauty’In em 2010. Inspirada nos shots de colágeno japoneses, a empresária Cristiana Arcangeli apostou em balas, barras de cereais, chocolates e bebidas com colágeno e vitaminas que pudessem ser facilmente incorporados no dia a dia dos brasileiros e que não fossem caros.Cristiana-Arcangeli_248x176(1)

A nova funcionalidade foi rapidamente compreendida pelos consumidores. “Isso foi uma surpresa para mim, acho que o conceito já devia estar no inconsciente coletivo dos brasileiros. Começamos em 2010 com oito produtos, passamos para 12, depois para 35 e, no final do ano, chegaremos a 135 itens”, diz a CEO da Beauty’In e a imortal da Academia Brasileira de Marketing, Cristiana Arcangeli, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Os aliméticos estão à venda na Inglaterra desde outubro do ano passado e, em setembro, o beauty drink, com zero conservante e zero açúcar, fez sua estreia como a bebida oficial da London Fashion Week numa parceria que durará três anos. “Londres é um berço de lançamentos e de tendências. Eles nos chamaram porque gostaram muito da ideia de um produto mais saudável ligado à beleza e ao bem-estar. É uma grande honra e uma grande responsabilidade”, comenta. No início de 2014, a Beauty’In chega aos mercados dos Estados Unidos e do México.

Veja abaixo o gráfico com base no levantamento da Mintel, que monitorou alimentos para bebês, pães, cereais para café da manhã, laticínios, sobremesas e sorvetes, balas e chicletes, molhos de mesa e temperos, chocolates e sopas em cinco categorias: funcional; menos; natural; plus; e indicados para.

Mundo do Marketing e Instituto MintelFonte: Mundo do Marketing, 01/10/2013.

Osteoporose, um mal silencioso

A cada três segundos uma fratura por osteoporose ocorre no mundo

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Em primeiro lugar, uma boa notícia: a expectativa de vida dos brasileiros aumentou. Segundo o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nos últimos 50 anos, a longevidade saltou de 48 anos para 73,4 anos. É muito provável que, em 2050, esse número chegue a 80. A idade avançada, porém, implica cuidado extra com a saúde. A prevenção da osteoporose, doença típica da terceira idade, é uma medida natural nesse sentido. Dados do Ministério da Saúde mostram que 10 milhões de pessoas já têm essa doença e que um milhão sofre fraturas osteoporóticas anualmente.

O relatório Latin America Audit, da Fundação Internacional de Osteoporose (IOF, na sigla em inglês), levantou que, em 2010, ocorreram 121.700 fraturas de quadril decorrentes de osteoporose. Estima-se que em dez anos essa quantidade aumente para 140 mil e em 2050, para 160 mil. Vale lembrar que, em 97% dos casos, a fratura de quadril é cirurgicamente tratada. Há também a probabilidade de ela deixar sequelas, e alguns pacientes podem ter sua mobilidade e até mesmo sua independência física comprometida. O custo do tratamento para esse caso também varia de aproximadamente R$ 8 mil a R$ 24 mil (o último valor se refere a hospitais particulares).

A osteoporose é caracterizada pela perda de densidade óssea, causando fragilidade e, consequentemente, aumentando o risco de fraturas. Ela atinge principalmente mulheres com 50 anos ou mais, que já passaram pela menopausa. Dados atuais revelam que 30% dessas mulheres estão com osteoporose. Engana- se quem pensa que essa doença é restrita ao sexo feminino. Homens também estão sujeitos a ela, porque a descalcificação óssea é decorrente do envelhecimento. No entanto, as mulheres, durante a menopausa, perdem aproximadamente duas vezes mais densidade óssea do que os homens, fazendo com que desenvolvam osteoporose antes deles.

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Acima, imagens de um osso normal (esquerda) e de outro com osteoporose. A doença atinge sobretudo mulheres, mas os homens também podem desenvolvê-la.

A osteoporose é uma epidemia silenciosa. Atinge cada vez mais pessoas e, por ser praticamente assintomática, é com frequência descoberta depois que o paciente já se machucou. “As fraturas mais comuns são as vertebrais, que são microscópicas e ocorrem sem que a pessoa perceba o que aconteceu. Há as fraturas vertebrais dolorosas, mas são minoria”, explica Bruno Muzzi Camargos, presidente da Sociedade Brasileira de Densitometria Clínica (SBDENS). “Se as fraturas são silenciosas, imagine a perda óssea que as antecede.”

Tratar desde a infância

No Brasil, com o objetivo de diminuir as fraturas de fêmur e a osteoporose, o governo faz campanhas de prevenção. Na de 2011, o tema “Prevenção da osteoporose: da criança à pessoa idosa” visava estimular o consumo de cálcio e atividade física desde a infância. No entanto, segundo o levantamento do IOF, das 1.850 máquinas de densitometria óssea – aparelho necessário para se fazer o diagnóstico precoce da osteoporose – existentes no país, apenas 3% delas estão no serviço público. Para se fazer um exame de densitometria por aqui, é preciso esperar um dia em planos de saúde privados e aproximadamente seis meses por meio do sistema público. “O diagnóstico precoce da osteoporose parece não ser uma prioridade para o governo”, critica Camargos. “A população leva a doença a sério, porque muitos já tiveram ou têm parentes que, em idade avançada, apresentaram piora na qualidade de vida ou deterioração do nível de independência de terceiros para realizar tarefas do dia a dia após uma fratura osteoporótica.”

Alimentação rica em cálcio

Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 10 milhões de brasileiros sofrem de osteoporose. Esse número só tende a aumentar, pois a população tem vivido mais. Um modo de amenizar e se prevenir é ingerir alimentos ricos em cálcio. Recomenda-se que adultos consumam 1.200 mg de cálcio por dia; mulheres após a menopausa, 1.500 mg.

ALIMENTOS

QUANTIDADE

CÁLCIO (MG)

Leite integral não suplementado

1 copo – 200 ml

228

Leite desnatado não suplementado

1 copo – 200 ml

246

Leite de soja

1 copo – 200 ml

80

Leite de cabra

1 copo – 200 ml

380

Queijo minas fresco

1 fatia – 30 g

205

Queijo prato

1 fatia fina – 15 g

126

Queijo parmesão

1 colher de sobremesa – 10 mg

114

Requeijão

1 porção – 20 g

113

Iogurte

1 pote – 200 ml

240

Espinafre

2 colheres de sopa – 60 g

47

Couve-manteiga

3 colheres de sopa – 36 g

73

Escarola

3 colheres de sopa – 36 g

29

Agrião

1 prato de sobremesa – 20 g

24

Brócolis

3 colheres de sopa – 36 g

37

Sardinha

1 porção – 30 g

86

Ostras

1 porção – 240 g

235

Fonte: Ministério da Saúde, campanha de 2011 “Prevenção da osteoporose: da criança à pessoa idosa”.

A DEFICIÊNCIA DE VITAMINA D, QUE FAVORECE A ABSORÇÃO DO CÁLCIO NO ORGANISMO, É MAIOR NO BRASIL DO QUE NA ESCANDINÁVIA E NO CANADÁ

Outro dado levantado pelo relatório é a insuficiência de vitamina D na população brasileira. Essa vitamina favorece a absorção de cálcio no organismo e pode ser obtida por meio dos raios ultravioleta B presentes na luz solar e da alimentação.

Um estudo feito em 2009 apontou que no Brasil não há muitos alimentos fortificados em cálcio e vitamina D. Cerca de 60% dos adolescentes que participaram da pesquisa apresentavam insuficiência dessa vitamina. Outro estudo presente no documento do IOF mostrou que 42% das 151 mulheres que já passaram da menopausa tinham baixo nível de vitamina D no corpo. Um levantamento feito em 2006 concluiu que a deficiência dessa vitamina no Brasil é superior à apresentada em países escandinavos e no Canadá, locais em que há menos exposição ao sol. Essa pesquisa mostrou que a abundância de luz solar não previne a deficiência de vitamina D em mulheres pós-menopausa.

“Uma das dificuldades é tratar a osteoporose antes de o paciente atingir um grau acentuado de fragilidade. Além disso, a adesão ao tratamento, que dura de três a cinco anos, é fundamental”, analisa Camargos. Depois de certa idade, o número de medicações a serem tomadas aumenta. Às vezes, o paciente acaba esquecendo ou mesmo interrompendo o tratamento.

O chip criado pela empresa de Robert Farra é uma garantia de que o paciente vai tomar o remédio na dose e hora certas

Medicamento via chip

Um experimento realizado na Dinamarca com sete mulheres na pós-menopausa, de 65 a 70 anos e com osteoporose, monitorou a ação de um chip implantado nas pacientes e pré-programado para liberar doses de medicamento. Durante o ano de observação, foi constatado que o método funciona corretamente e não prejudica a qualidade de vida das pacientes. No chip, foram colocadas doses de um medicamento com paratormônio, utilizado para tratamento de osteoporose. Pessoas que se encontram em um estágio mais avançado de osteoporose podem ter de tomar injeções diárias dele para o tratamento.

“Infelizmente, 75% dos pacientes que começam a tomar as injeções param antes que o tratamento esteja completo”, enfatiza Robert Farra, chefe da MicroChips (empresa que faz o chip) e coautor da pesquisa. A causa da desistência varia do inconveniente da injeção ao esquecimento. Além disso, a osteoporose é silenciosa. Quem a tem não consegue perceber a diminuição da densidade óssea. Desse modo, os pacientes acabam parando de tomar a medicação, muitas vezes por pensar que já melhoraram.

O chip tem o tamanho de um marcapasso e é implantado logo abaixo da linha da cintura. O procedimento para implante é simples e pode ser feito no consultório médico, com uma anestesia local. As tecnologias que compõem o chip estão voltadas a duas capacidades: a de selar hermeticamente a droga, de modo que fique totalmente isolada do corpo até o momento de ser liberada, e a de o sistema poder ser comandado a distância. A vantagem desse controle remoto é que “se o médico mudar a dose da medicação, o paciente continuará a recebê-la automaticamente, sem ter de fazer nada”, exemplifica Farra. Com o chip, é praticamente certo que a pessoa receberá o remédio na dose e hora certas, sem correr o risco de esquecimento. Assim, é mais garantido que cumpra a terapia e melhore da osteoporose.

FIQUE ATENTO À OSTEOPOROSE

Pacientes em potencial – Mulheres que já passaram pela menopausa, pessoas com mais de 65 anos, pessoas com antecedentes familiares e pacientes de algumas doenças, como a renal hepática, endócrina, hematológicas ou que usem alguns tipos de medicamento. Sintomas – A osteoporose quase não tem sintomas. Mas é bom ficar atento à perda de estatura e à dor nas costas que, aparentemente, não tem motivo.

O chip é compatível com ultrassom e raio X. No entanto, ele pode ser flagrado por detectores de metal, assim como outros dispositivos implantáveis. Os cientistas estão trabalhando em uma versão que também seja compatível com aparelhos de ressonância magnética. A redução do tamanho do dispositivo já está nas metas de evolução do próximo chip. No momento, os pesquisadores têm projetado um capaz de comportar 400 doses de medicamento – o utilizado no experimento comporta 20 – que dure 400 dias. “Também estamos trabalhando em opções com 400 reservatórios que durem 400 semanas. Depois que as doses acabarem, o dispositivo deve ser removido”, conta Farra. “Hoje, no mercado, não há um produto implantado que libere uma dose precisa de medicamento automaticamente, sem que o paciente tenha de fazer algo. Além disso, o chip permite a medicação remota.”

Existem diversos tratamentos para a osteoporose, mas o importante é identificá-la antes de uma fratura ocorrer. É importante estar atento à idade, à menopausa (no caso das mulheres), à hereditariedade e a algumas doenças e medicamentos que podem causar a perda da densidade óssea. Hábitos de vida saudáveis desde a infância são fundamentais para prevenir ou diminuir a ação da doença. Dieta rica em cálcio, exercício físico e sol nos horários indicados são peças-chave.

Fonte: Revista Planeta, ed. 479, ago 2012.

Hábitos para toda a vida

Alimentação saudável e exercícios regulares são ótimos aliados no prolongamento da vida

10-motivos-para-voce-adotar-habitos-saudaveis-6-69Imagine-se ingerindo uma simples pílula. Por fora ela é inofensiva, mas por dentro contém três genes que aumentam significativamente as chances de se passar dos 100 anos de idade – dois deles agem na produção do HDL. Enquanto os cientistas americanos tentam desenvolver e fazer testes em humanos para saber se esse remédio realmente funciona, a melhor forma de prolongar a vida é ter hábitos saudáveis e uma dinâmica de comportamento que se ajuste à família e à sociedade ao redor.

Por isso, cientistas suecos da Universidade de Lund desenvolveram um cardápio que tem o poder de prolongar o tempo de vida. Os ingredientes escolhidos têm inúmeras funções regulatórias, são anti-inflamatórios e também antioxidantes.

A lista inclui mingau com mirtilo e um toque de canela (café da manhã), um punhado de amêndoas e uvas – passas (lanche da manhã), salada de grãos de soja e uma fatia de pão integral (almoço), salada de frutas (lanche da tarde) e salmão escaldado com vegetais e risoto de arroz integral (jantar). Os estudiosos, entretanto, alertam: não basta adicionar apenas um desses alimentos à dieta, é preciso consumir vários deles de maneira combinada e constante.

Apenas uma alimentação saudável e o controle de uma rotina mais amena não são suficientes.

A prática de exercícios também é fundamental. Estudo publicado no British Medical Journal e realizado por pesquisadores do Hospital Universitário de Copenhague, na Dinamarca, detalha a redução do risco de mortalidade para quem treina corrida. Segundo o levantamento, quem corre se beneficia dos efeitos do treinamento e adquire hábitos mais saudáveis. “A pessoa se regula para dormir melhor, ajusta mais seus horários de treino, trabalho e alimentação”, afirma Cláudio Castilho, proprietário da assessoria esportiva Saúde e Performance. “E, acima de tudo, se sente disposta a vencer qualquer obstáculo do dia a dia com muita determinação.”

Além da corrida, quem faz caminhada, gosta de nadar ou anda de bicicleta (exercícios aeróbicos) melhora o sistema cardiorespiratório e apresenta redução no risco de aterosclerose (entupimento das artérias).

DENTRO DA EMPRESA

A ginástica laboral é uma das grandes aliadas da saúde dos colaboradores e da produtividade nas empresas. Em pouco mais de dez minutos de pausa é possível deixar a rotina de lado e se dedicar ao alongamento de pescoço, quadril, braços e pernas. As atividades são simples e podem fazer toda a diferença. Pesquisas realizadas pela Associação Brasileira de Ginástica Laboral e pelo Conselho Regional de Educação Física de São Paulo apontam a ginástica laboral como método para reduzir os índices de afastamento de funcionários por problemas de saúde.

No Complexo hospitalar Edmundo Vasconcelos, em São Paulo, há mais de um ano a direção resolveu inserir a prática para seus funcionários por queixas relacionadas ao sistema osteomuscular teve redução de 30%, de 2011 para 2012. “A ginástica laboral ajuda na reeducação postural, promove alívio do estresse, diminui o sedentarismo, aumenta a disposição e a consciência corporal, facilita a integração social, melhora o desempenho profissional e, sem dúvida, previne lesões e doenças por traumas cumulativos”, afirma Lúcia Helena, médica responsável pela Saúde Ocupacional do Hospital. “Apesar do método ser conhecido, na prática muitas empresas ainda desconhecem os benefícios que a atividade pode oferecer no hábito, comportamento e prolongamento da vida de seus colaboradores.”

Fonte: Revista LIDE Saúde e Bem-Estar, 01. jun. 2013, p. 56-60.

Obesidade mata mais que a fome: meta da OMS é reduzi-la até 2020

A obesidade já mata mais que a fome. De acordo com o estudo Global Burden of Disease (“Peso Global das Doenças”), em 1990, a subnutrição era a doença com maior “peso”, ou seja, aquela que mais tirava anos de vida saudável da humanidade. Agora, ela despencou para oitavo lugar. Enquanto a obesidade subiu de décimo para sexto – e a má alimentação, com uma dieta pobre em nutrientes, aparece em quinto (os quatro maiores fatores de risco são pressão alta, tabagismo, uso de álcool e poluição).

Para reduzir esses danos da mudança de hábitos, dietas pouco nutritivas e ricas em gorduras e açúcares, a Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou, por consenso, uma resolução que recomenda esforços para reduzir a obesidade no mundo até 2020. A resolução estabelece um plano de ação contra as doenças não transmissíveis (cardiovasculares, câncer, respiratórias crônicas e diabetes), por intermédio do combate a uma série de fatores de risco, entre os quais a obesidade.

homerA ideia é reduzir, em média, 30% do consumo de sal e aumentar em 20% as atividades físicas. A estimativa da OMS é que há mais de 40 milhões de crianças, com menos de 5 anos, com excesso de peso. Dados da Pesquisa de Orçamento Familiar do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, apontam que, em 2009, 21,7% dos brasileiros na faixa de 10 a 19 anos estavam com excesso de peso. Em 1970, o índice estava em 3,7%.

No Brasil, o Ministério da Saúde reduziu a idade mínima para a realização da cirurgia bariátrica de 18 para 16 anos. Antes de fazer a cirurgia, os jovens devem passar por uma avaliação clínica. No prontuário, deverão constar a análise da idade óssea e avaliação criteriosa do risco benefício, feita por uma equipe com participação de dois médicos especialistas.

A idade máxima, até então 65 anos, também foi alterada. Com a portaria, a definição se o paciente deve se submeter à cirurgia não será tomada com base na idade, mas levando em conta a avaliação clínica (de risco e beneficio), podendo ultrapassar o limite atualmente estabelecido.

Além disso, foram estabelecidas metas de redução de gorduras trans e sódio nos alimentos industrializados. Outras medidas, ainda não aprovadas, mas muito discutidas, como a regulamentação restringiria a publicidade de alimentos e bebidas pobres em nutrientes e com alto teor de açúcar, gordura saturada ou sódio, voltada para crianças e adolescentes e a venda de alimentos pobres em nutrientes nas escolas.

Para os especialistas, é fundamental que os governos estimulem e facilitem o acesso a frutas e legumes. Também há recomendações para incentivar as crianças à alimentação saudável. As últimas projeções da OMS indicam que pelo menos um adulto, em cada três, sofre com sobrepeso e que um, em cada dez, é obeso.

“A luta contra a obesidade é uma prioridade, um dos fatores mais importantes para combater as doenças não transmissíveis”, disse o diretor do Departamento de Nutrição para a Saúde e o Desenvolvimento da OMS, Francesco Branca. Segundo ele, o excesso de peso representa o quinto fator de risco de morte em nível mundial, matando cerca de 2,8 milhões de adultos anualmente.

Fonte: Consumidor Moderno, 28/05/2013

Obesidade pode ser risco à economia no México, EUA e Rússia

Estudo da Maplecroft indica que a epidemia da doença tem impacto crescente na produtividade dos trabalhadores

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São Paulo – O impacto negativo da obesidade na produtividade dos trabalhadores está chegando aos mercados emergentes, segundo estudo da Consultoria Maplecroft. Entre os países classificados como de “extremo risco” estão o México, o primeiro colocado, seguido pelos Estados Unidos, Rússia, Egito e África do Sul. O Brasil aparece na 7ª posição do ranking, atrás da Turquia.

O estudo indica que a epidemia de obesidade tem um impacto crescente na produtividade dos trabalhadores, além de sobrecarregar os governos com os gastos de saúde pública em decorrência da obesidade. Em 2011, o Fórum Econômico Mundial estimou que o custo econômico global de doenças não transmissíveis, muitas das quais associadas à obesidade, vai alcançar 47 trilhões de dólares em 2030.

Segundo a consultoria, com o desenvolvimento de muitos países, a população passa a adotar cada vez mais um estilo de vida que as coloca em risco de obesidade e doenças relacionadas. No México, o líder do ranking, entre 2000 e 2012, a combinação de sobrepeso e obesidade entre adultos cresceu 12,5%. A população com sobrepeso e obesidade hoje corresponde a 71,3% do total.

China (28º) e Índia (46º), dois dos mais importantes países em crescimento estão entre os de “elevado risco” e “risco médio”, respectivamente. A presença da obesidade é relativamente baixa, mas esses países tem registro de uma população obesa em crescimento. O estudo cita uma estimativa da Organização Mundial de Saúde de que, entre 2005 e 2015, as condições de saúde associadas à obesidade podem reduzir a receita nacional na China em mais de 500 bilhões de dólares e, na Índia, em 200 bilhões de dólares se os governos não fizerem nenhuma intervenção.

E nas economias ocidentais o cenário também é preocupante, segundo o estudo. Pesquisas indicam que, nos Estados Unidos, trabalhadores com sobrepeso ou obesidade que tem pelo menos uma condição crônica custam para a economia 153 bilhões de dólares por ano em perda de produtividade em decorrência de faltas.

O índice de risco de obesidade elaborado pela Consultoria calcula o risco corrente e emergente para os negócios de 188 países. O índice considera o número total de pessoas com sobrepeso e obesidade no país e sua proporção na população. O índice incorpora também fatores de risco emergentes, incluindo uma avaliação da urbanização, crescimento da renda e a mudança nas populações. Para a Maplecroft, cada vez mais os trabalhadores são afetados pelo aumento dos níveis de obesidade e pela perda de produtividade, em decorrência de faltas no trabalho por causa de problemas relacionados à saúde.

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Fonte: Portal Exame, 20/05/2013

 

Como comer menos em geral … comendo mais proteína

eating-proteinOutra razão para comer proteína no café da manhã. A proteína ajuda a te manter cheio e satisfeito até o almoço – e um novo estudo sugere que pode até mesmo ajudar a conter lanches à noite.

Se você se mantém atualizado com os mais recentes conselhos dietéticos, provavelmente você pode listar algumas razões pelas quais a proteína é um nutriente tão importante. É necessário, é claro, para ajudar a construir e manter sua massa muscular, e também é conhecido por ser muito melhor saciador do qualquer gordura ou carboidrato – é por isso que sugerimos que as pessoas pretendam ter uma boa fonte de proteína em cada refeição ou lanche. A ideia é simplesmente esta: refeições com alto teor de carboidrato não saciam, enquanto refeições com maior quantidade de proteína podem ajudar a controlar a fome de uma refeição até a próxima. Mas aqui vem outra coisa … um estudo recente realizado por Heather Leidy sugere um café da manhã com alto teor de proteína não só ajuda a controlar o apetite até a próxima refeição, como também pode reduzir lanches não saudáveis ​​à noite.

Reconhecendo que os adolescentes são notórios puladores de café da manhã – e que pular o café da manhã está associada ao ganho de peso -, pesquisadores da Universidade de Missouri, estudaram os efeitos de diferentes refeições no café da manhã em 20 meninas adolescentes com excesso de peso (que normalmente tomam o café da manhã não mais do que duas vezes por semana).

As meninas foram convidadas a fazer o seguinte – sem uma sequência específica. Uma semana, elas pularam o café da manhã todos os dias, uma semana elas tiveram um café da manhã com alto teor de proteína todos os dias (35 gramas de proteína), e uma semana elas tiveram um café da manhã com baixo teor de proteína todos os dias (13 gramas de proteína). O que os pesquisadores queriam saber era como as diferentes refeições (ou nenhuma refeição) afetaram o seu apetite, os níveis de fome entre as refeições, os desejos de comida e lanches à noite.

Para medir todas essas coisas, as meninas responderam a questionários sobre o seu nível de fome e satisfação durante o dia, e elas fizeram exames cerebrais pouco antes do jantar. Os exames permitiram aos pesquisadores ver como certas áreas do cérebro – em particular, aquelas que estão relacionadas com os desejos por comida – responderam quando as meninas foram mostradas imagens de alimentos atraentes. Em seguida, as meninas foram para casa com um cooler cheio de guloseimas – uma enorme variedade de salgados, doces, sorvetes, frutas, pizza, macarrão e queijo – e disseram que elas podiam comer o quanto quisessem durante a noite.

Quando tudo foi dito e feito, o café da manhã com alto teor de proteína teve várias vantagens em relação ao de baixa proteína (e, certamente, sobre qualquer outro tipo de café da manhã). Por um lado, as meninas disseram que o café da manhã com alto teor de proteína foi mais saciador – nenhuma surpresa nisso. Mas, durante a semana, elas tomaram o café da manhã com alto teor de proteína, sua atividade cerebral foi diferente, também – havia menos “atividade” nas áreas do cérebro responsáveis ​​pela compulsão alimentar – e as meninas comeram menos comidas ricas em gordura e açúcar após o jantar.

Esta é uma reviravolta interessante sobre a história da proteína – sugerindo que um café da manhã com alto teor de proteína não só ajuda a te manter saciado até o almoço, mas pode até mesmo ajudar a reduzir o seu consumo ao longo do dia. Consumindo 35 gramas de proteína em um momento – como elas fizeram no estudo – pode ser desafiador, mas você pode chegar perto – 25 gramas seria um bom começo.

Quer aumentar sua proteína no café da manhã?

Aqui estão algumas refeições para experimentar – tudo aquilo que lhe dará cerca de 25 gramas de proteína.

  • Um shake de proteína com leite desnatado. Uma porção de leite fornece cerca de 10 gramas de proteína, e você pode ajustar o pó de proteína em seu shake para aumentar a proteína
  • Uma porção de queijo cottage desnatado simples, com frutas e um punhado de amêndoas
  • Uma omelete feita com 2 ovos inteiros ou 4 ovos brancos, cheios de legumes e um grama de queijo mussarela com baixo teor de gordura
  • Cozinhe aveia no leite desnatado, cubra em seguida, misture a proteína em pó depois que ele é cozido. Cubra com um pouco de manteiga de amêndoa
  • Espalhe um pouco de creme de queijo sem gordura sobre todo o cereal cozido e cubra com 85 gramas de salmão defumado

Claro, este é apenas um estudo recente, e as suas conclusões ainda não são o estado da ciência sobre o tema, mas há um bom suporte na literatura científica para a proposição geral de que a ingestão de proteína sob as circunstâncias corretas produz sensações de saciedade.

Fonte: Discover Good Nutrition, 25/04/2013

Pai gordo, filho obeso… e neto acima do peso

Por que a obesidade passa de geração em geração (e não é só genética!)

780_obesidade1 “Eles concordavam que comida era feita de amor e era o que fazia o amor. Nunca poderiam abrir mão de um pedaço de qualquer coisa que desejassem. E se Edie, a filha inteligente e amada, era grande demais para sua idade, isso não importava. Como poderiam não alimentá-la?”

Edie tinha 5 anos e 28 quilos quando seus pais enfrentaram o dilema: como negar comida a um filho gordinho? Os pais não estariam mais por perto quando Edie, aos 60 anos e 140 quilos, abreviaria sua história numa gulosa apoteose diante da geladeira escancarada. A advogada aposentada que, desde cedo, aprendeu a buscar conforto emocional na comida é a personagem central do romance The Middlesteins, da escritora Jami Attenberg, recém-lançado nos Estados Unidos e ainda sem editora no Brasil. Os Middlesteins são uma família judia de classe média que vive em Chicago, mas o desconforto é universal. “Muitas pessoas que conheço, inclusive eu mesma, têm uma relação estranha com a comida. Podemos comer demais ou muito pouco”, disse Jami a ÉPOCA. “O pior é que somos obrigados a encarar isso diariamente, três vezes ao dia. É uma questão que permeia toda a nossa vida.” Aos 43 anos, ela hoje tem peso normal, mas foi gordinha até a adolescência.

Se o livro fosse ambientado no Brasil, a história seria igualmente verossímil. Quase metade da população brasileira (48%) pesa mais do que deveria. Entre os homens, os gordos são maioria (52%). O histórico médico das crianças (33% têm sobrepeso e 14% são obesas) já é comparável ao dos avós: colesterol alto, diabetes, desgaste nas articulações.

A obesidade – principalmente a infantil – tornou-se o maior desafio de saúde pública do Brasil. O SUS gasta R$ 488 milhões por ano para tratar a doença e 26 males decorrentes dela, como câncer, males cardiovasculares e diabetes.

Em grande parte das famílias, as guloseimas e o fast-food, consumidos esporadicamente no fim dos anos 1980, substituíram o almoço e o jantar. Um registro detalhado da nova mesa brasileira aparece no documentário Muito além do peso, da diretora Estela Renner. Nas pequenas e nas grandes cidades, crianças de todas as classes sociais não sabem diferenciar um pimentão de um rabanete. Ou um abacate de uma manga. Deter a epidemia é responsabilidade de todos (escola, governos, indústria). E um fato não pode ser desprezado: a obesidade é construída dentro de casa.

A maioria das pessoas engorda pela simples combinação de sedentarismo e erros alimentares. Se o corpo recebe mais energia do que consegue gastar, ela será estocada na forma de gordura. Graças a esse mecanismo, a espécie humana conseguiu sobreviver no tempo em que habitava cavernas, mal conseguia se proteger do frio e a comida era escassa. O que era uma vantagem na dura Pré-História tornou-se um problema no conforto do século XXI. Embora seja a mais frequente, essa não é a única causa de obesidade.

Em menos de 10% dos casos, o ganho de peso pode ser creditado a causas orgânicas, como distúrbios hormonais ou tumores. Sozinha, a genética justifica cerca de outros 5%. Basta uma alteração num único gene para que o excesso de peso ocorra desde os primeiros meses de vida, geração após geração. Na parcela restante, 85%, a obesidade é explicada por uma combinação de fatores: vários genes aumentam a predisposição ao ganho de peso, mas isso só ocorre se o ambiente favorecer. É aqui que entram as estranhas emoções, como na ficção de Jami Attenberg, e os hábitos aprendidos em família.

Fonte: Revista Época, edição 780, 03/05/2013

Obs: reportagem completa na edição impressa.

Refrigerantes e outras bebidas causam 180 mil mortes precoces

Pesquisadores do departamento de saúde da Universidade de Harvard lançaram um estudo que aponta a relação entre bebidas açucaradas e a incidência de mortes precoces. Os especialistas consideraram a situação em 114 países e concluíram que 180 mil mortes são causadas anualmente em decorrência deste açúcar.

As bebidas que detêm este perfil e estão entre as mais consumidas no mundo são os refrigerantes, isotônicos, energéticos, entre outras. De acordo com o estudo, o excesso de açúcar ocasiona obesidade, doenças no coração, diabetes e alguns tipos de câncer, que por sua vez estão relacionados ao grande número de mortes precoces.

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Os pesquisadores trabalharam este tema durante cinco anos, sob a liderança do pós-doutor Gitanjali M. Singh, e concluíram que das 180 mil mortes causadas pelas bebidas açucaradas 133 mil delas são relacionadas à diabetes, 44 mil por doenças cardiovasculares e seis mil em consequência de câncer.

Nos EUA os debates sobre as grandes embalagens de refrigerante já geraram muita polêmica e renderam proibições e novas legislações. Mesmo assim, a nação soma 25 mil mortes precoces com o perfil analisado pelos especialistas. O México é outra nação com destaque negativo. Os pesquisadores dizem que o consumo médio no país latino-americano e de 700 ml de bebidas deste tipo por dia, considerada a maior taxa entre os locais estudados.

O codiretor do programa de epidemiologia vascular de Harvar, Dariush Mozaffarian, explicou que três quartos destas mortes precoces estão concentradas em países de baixa e média renda. “Este não é apenas um problema dos países ricos”, informou o especialista em declaração à CNN.

“Nosso estudo mostra que dezenas de milhares de mortes no mundo são causadas pela ingestão de bebidas açucaradas e isso deve impulsionar as autoridades políticos a adotarem medidas fortes para reduzir o consumo de bebidas açucaradas”, finaliza Singh.

Fonte: Consumidor Moderno, 22/03/2013.

‘Os suplementos nutricionais ainda são estigmatizados’, diz fisiologista

Os suplementos nutricionais ainda são de certa forma estigmatizados. Mesmo sem existir qualquer pesquisa de opinião para servir de parâmetro, quem trabalha na área das ciências da atividade física sabe que a maioria das pessoas ainda têm grande receio de consumi-los. As razões para este “medo” são várias e foram listadas no destaque abaixo. Confira:

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– Os primeiros consumidores dos suplementos nutricionais foram os chamados “heavy users” que se constituem nos fisiculturistas e praticantes de exercícios pesados de musculação. Para atender este público, as empresas criaram uma linguagem de comunicação nas embalagens e anúncios direcionada a sensibilizar fundamentalmente quem quer ganhar massa muscular. Esta comunicação atinge este público fiel, porém muitas vezes até assusta o indivíduo comum e potencial consumidor.

– Existem muitos mitos e informações erradas a respeito dos suplementos. Muito frequentemente se confunde o conceito de suplemento com o de drogas anabolizantes, criando um receio ainda maior de seu consumo.

– A falta de informações corretas que deveriam chegar até mesmo aos profissionais de saúde é outra razão deste estigma. É importante convencer a opinião pública de que suplemento é alimento e não medicamento.

– O abuso no consumo de alguns produtos por parte de consumidores mal orientados e o justificado receio de prejuízo à saúde, alimentando opiniões contrárias ao seu uso, também contribui para prejudicar o seu conceito.

– Até mesmo o nome dos produtos que aparecem nos rótulos dificulta o entendimento do potencial consumidor. Quando for possível esclarecer a todos que Whey Protein é a proteína do soro do leite, Maltodextrina é um açúcar de rápida absorção, BCAA são aminoácidos importantes para uma boa nutrição, entre vários outros exemplos, quem sabe o conceito do suplemento possa mudar.

Os suplementos são recursos nutricionais importantes, e seu consumo bem orientado atende a diferentes necessidades, com resultados muito convincentes. A sua indicação não se restringe aos praticantes de atividades físicas, para os quais ele até foi concebido. Com uma boa orientação, os suplementos podem beneficiar crianças em fase de crescimento e desenvolvimento, idosos com necessidades nutricionais especiais, além de ser utilizado para correções de dietas com algumas carências em função de hábitos alimentares inadequados.

A questão é derrubar os preconceitos em relação a estes nutrientes, e as próprias empresas já se dedicam atualmente a desenvolver linhas de produtos com um apelo diferente, resgatando o conceito de suplemento como alimento, com proposta de atender as necessidades nutricionais e também como forma de promoção de saúde.

Fonte: Eu Atleta (GloboEsporte.com)

Nova preocupação de saúde com a carne vermelha

meat-productOs médicos há muito tempo assumiram que a gordura saturada e o colesterol na carne vermelha são o que aumentam o risco de doença cardíaca. Mas um estudo publicado na revista Nature Medicine aponta outro culpado: a carnitina, um composto abundante na carne vermelha, que também é vendida como um suplemento dietético e encontrado em algumas bebidas energéticas.

Carnitina normalmente ajuda o corpo a transportar ácidos graxos para dentro das células para ser usado como energia. Mas os pesquisadores da Clínica de Cleveland descobriram que, tanto em seres humanos como em ratinhos, algumas bactérias no trato digestivo convertem a carnitina em outro metabólito, chamada TMAO, que promove a aterosclerose, ou um espessamento das artérias.

Os pesquisadores, liderados por Stanley Hazen, chefe de medicina celular e molecular no Instituto de Pesquisa Lerner da Clínica de Cleveland, testaram os níveis de carnitina e TMAO de onívoros, veganos e vegetarianos, e examinaram os registros de 2.595 pacientes submetidos a avaliações cardíacas. Em pacientes com níveis elevados de TMAO, e com mais carnitina no sangue, o mais provável é que eles estavam a desenvolver doenças cardiovasculares, ataques cardíacos, acidente vascular cerebral e morte.

Muitos estudos têm relacionado o consumo de carne vermelha e processada a doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer. A Escola de Saúde Pública de Harvard informou no ano passado que entre 83.000 enfermeiras e 37.000 profissionais de saúde do sexo masculino, acompanhados desde os anos 1980, aqueles que consumiram níveis mais altos de carne vermelha tiveram o maior risco de morte durante o estudo, e que um serviço adicional por dia de carne vermelha aumentou o risco de morte em 13 por cento.

As novas descobertas não significam que a carne vermelha é mais perigosa do que se pensava anteriormente. Mas eles podem ajudar a explicar o risco subjacente de comer carne vermelha, o que alguns pesquisadores têm pensado há muito tempo foi maior do que a gordura saturada e o colesterol sozinhos poderiam explicar.

Dr. Hazen especulou que a carnitina podia estar compondo o perigo. “O colesterol é ainda necessário para entupir as artérias, mas o TMAO muda o modo como o colesterol é metabolizado – como o dimmer em um interruptor de luz”, disse ele. “Isso pode explicar por que duas pessoas podem ter o mesmo nível de LDL [uma medida de um tipo de colesterol], mas uma desenvolve doença cardiovascular e a outra não.”

Em uma descoberta surpreendente, o Dr. Hazen disse, foi como uma dieta de longo prazo que incluiu carne afetou a quantidade de TMAO produzindo bactérias no intestino e, assim, ampliou o risco. No estudo, quando comedores de carne de longa data consumiam um bife de 250 gramas e um suplemento de carnitina, os níveis dessas bactérias e de TMAO aumentavam consideravelmente. Mas quando um vegano comia a mesma combinação, ele não mostrava nenhum aumento de TMAO ou mudança bacteriana.

“Veganos basicamente perdem a capacidade de digerir carnitina,” disse o Dr. Hazen.

O estudo, patrocinado pelos Institutos Nacionais de Saúde, não avaliou o quão pouca carne vermelha as pessoas poderiam consumir e ainda ter um TMAO elevado. Tampouco olha quanto tempo alguém tinha que abster-se de carne vermelha para terminar o processo. “Sabemos que vai ser mais do que uma semana, mas menos de um ano”, disse o Dr. Hazen.

Ele e seus colegas vêm explorando como a alteração da bactéria intestinal pode influenciar o risco de doença cardíaca. “No futuro, talvez haja um iogurte saudável para o coração, ou uma droga para bloquear a formação de TMAO”, disse ele.

Fonte: Fox News.com, 08/04/2013.