Mercado de saudabilidade e bem-estar cresce também no Brasil

Entre 2008 e 2013, lançamento de produtos e remodelagem de embalagens para diabético, alérgico ou vegetariano cresceu uma média de 50%. Estudo é do Mundo do Marketing com a Mintel

Por Lilian Calmon, do Mundo do Marketing | 01/10/2013
lilian@mundodomarketing.com.br

Seguindo a tendência internacional, o mercado de saudabilidade e bem-estar cresce no país. Empresas lançam novos produtos mais saudáveis e até uma nova categoria foi criada nos últimos anos, a dos aliméticos, que são os alimentos com propriedades cosméticas. Entre 2008 e 2013, a média de crescimento de lançamentos e de remodelagem de embalagens foi de 50% para itens voltados a diabéticos, alérgicos, veganos ou vegetarianos de acordo com estudo encomendado pelo Mundo do Marketing ao Instituto Mintel.Carolina Senna_Holis

A busca das pessoas por mais equilíbrio abre oportunidades no setor como a criação de e-commerces voltados para quem procura qualidade de vida. Em agosto de 2013, pela primeira vez, o índice de sobrepeso no Brasil atingiu mais da metade da população, alcançando 51% segundo levantamento da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) baseado no ano passado. Em 2006, primeiro ano da pesquisa, o índice era de 43%.

Apesar do resultado, cerca de 70% dos consumidores leem sempre os rótulos das embalagens, sendo que 52% deles procuram informações sobre calorias, 39% sobre gordura, 29% sobre colesterol e 27% sobre açúcar. Para 40% dos brasileiros, a televisão é a principal fonte de informação sobre a importância dos alimentos. Em segundo lugar, aparecem praticamente empatados os médicos e os nutricionistas com 20% e 19%. Os números são do projeto Brasil Food Trends 2020, desenvolvido pelo Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital) em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Tendências nacionais
Das quatro tendências de alimentação encontradas no Brasil, três são similares às globais: as pessoas não têm tempo para cozinhar em casa, com 34%; a marca é o mais importante na escolha do alimento, com 23%; e a opção pelo mais gostoso quando comparado ao mais saudável, também com 22%.  A quarta tendência nacional, com 21%, é uma fusão entre a decisão de comprar um produto saudável mesmo que ele seja mais caro e a preferência por itens fabricados por empresas que protegem o meio ambiente ou desenvolvem ações sociais. Os dados são do Brasil Food Trends 2020.

A conexão entre bem-estar e a sustentabilidade foi observada pelo site de autoconhecimento Personare, agora reposicionado como Grupo Personare. O Grupo investiu R$ 600 mil na startup Shopping Holis, o primeiro shopping online de bem viver do país, tornando-se um agregador de produtos, serviços e profissionais com foco em bem-estar, autoconhecimento e qualidade de vida. “Vimos que a sustentabilidade é a base do bem-estar. O quanto você liga para ações sustentáveis desenvolvidas a sua volta se estiver estressado? Queremos trabalhar o interior das pessoas, porque, quando estamos em equilíbrio, tendemos a consumir menos”, diz Carolina Senna, Diretora do Grupo Personare em entrevista ao Mundo do Marketing.

A ideia surgiu a partir de pesquisas que mostraram a existência de varejistas no setor de saúde e bem-estar que não conseguiam vender seus produtos online, porque, muitas vezes, o consumidor não tinha confiança nos sites. “O público queria comprar, mas não sabia onde e não tinha confiança. Do lado dos varejistas, alguns ficaram empolgados com a oportunidade de falar com a nossa base de dados, mas outros ficaram com medo e aí entrou a nossa parte educacional”, comenta a Carolina. Lançado em julho de 2013, o próximo passo do Holis será investir em varejistas que não têm nenhuma presença na web. “Não queremos ser só intermediários, queremos atuar também na organização do setor”, antecipa Carolina Senna.

Qualidade da informação

Edson-Mazeto-JrAtento ao potencial dos produtos que fizessem algo a mais pela saúde, Edson Mazzeto Jr criou a marca de sucos funcionais Juxx  em 2006. Naquela época, os consumidores já se interessavam por esses itens, mas hoje eles estão mais imbuídos do conceito. Um dos motivos para isso é a facilidade de acesso a informações via internet. Cerca de 60% dos brasileiros se consideram informados sobre a importância da alimentação. No entanto, em relação a produtos funcionais, 40% das pessoas não sabem do que se trata e 30% só conhecem de ouvir falar, de acordo com o estudo Brasil Food Trends 2020.

A consultora de meio ambiente Karla Macedo, de 33 anos, costuma pesquisar na web novidades nas áreas de alimentação e de exercício físico. Desde a adolescência, ela se preocupa com o que come e esse ano resolveu adotar a nutrição funcional. “Não são todas as pessoas que conseguem seguir a dieta, mas isso depende do objetivo de cada um. Tinha enxaqueca, cortei a lactose da minha alimentação e melhorei. Quero envelhecer bem e magreza não necessariamente é sinônimo de saúde. Se meu organismo está equilibrado, não tem motivo para eu estar acima do peso”, diz Karla Macedo, em entrevista ao portal.

A Juxx vem trabalhando em conjunto com profissionais de saúde desde a sua entrada no mercado brasileiro. “A minha primeira ação foi buscar uma junta de médicos que dessem parâmetros para a formulação do produto no laboratório. Não adianta uma fruta ser benéfica para a saúde se, na hora de produzir o suco, a qualidade nutricional não for mantida”, explica Edson Mazzeto Jr., Diretor da Juxx, em entrevista ao Mundo do Marketing. Para 2014, a previsão é que seja lançada uma linha de produtos sem açúcar para as crianças.

Aliméticos à venda no exterior
Além de saúde, os brasileiros também demonstram interesse por alimentos com propriedades cosméticas, os chamados aliméticos, que são uma nova categoria de produto criada pela marca Beauty’In em 2010. Inspirada nos shots de colágeno japoneses, a empresária Cristiana Arcangeli apostou em balas, barras de cereais, chocolates e bebidas com colágeno e vitaminas que pudessem ser facilmente incorporados no dia a dia dos brasileiros e que não fossem caros.Cristiana-Arcangeli_248x176(1)

A nova funcionalidade foi rapidamente compreendida pelos consumidores. “Isso foi uma surpresa para mim, acho que o conceito já devia estar no inconsciente coletivo dos brasileiros. Começamos em 2010 com oito produtos, passamos para 12, depois para 35 e, no final do ano, chegaremos a 135 itens”, diz a CEO da Beauty’In e a imortal da Academia Brasileira de Marketing, Cristiana Arcangeli, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Os aliméticos estão à venda na Inglaterra desde outubro do ano passado e, em setembro, o beauty drink, com zero conservante e zero açúcar, fez sua estreia como a bebida oficial da London Fashion Week numa parceria que durará três anos. “Londres é um berço de lançamentos e de tendências. Eles nos chamaram porque gostaram muito da ideia de um produto mais saudável ligado à beleza e ao bem-estar. É uma grande honra e uma grande responsabilidade”, comenta. No início de 2014, a Beauty’In chega aos mercados dos Estados Unidos e do México.

Veja abaixo o gráfico com base no levantamento da Mintel, que monitorou alimentos para bebês, pães, cereais para café da manhã, laticínios, sobremesas e sorvetes, balas e chicletes, molhos de mesa e temperos, chocolates e sopas em cinco categorias: funcional; menos; natural; plus; e indicados para.

Mundo do Marketing e Instituto MintelFonte: Mundo do Marketing, 01/10/2013.

Obesidade pode ser risco à economia no México, EUA e Rússia

Estudo da Maplecroft indica que a epidemia da doença tem impacto crescente na produtividade dos trabalhadores

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São Paulo – O impacto negativo da obesidade na produtividade dos trabalhadores está chegando aos mercados emergentes, segundo estudo da Consultoria Maplecroft. Entre os países classificados como de “extremo risco” estão o México, o primeiro colocado, seguido pelos Estados Unidos, Rússia, Egito e África do Sul. O Brasil aparece na 7ª posição do ranking, atrás da Turquia.

O estudo indica que a epidemia de obesidade tem um impacto crescente na produtividade dos trabalhadores, além de sobrecarregar os governos com os gastos de saúde pública em decorrência da obesidade. Em 2011, o Fórum Econômico Mundial estimou que o custo econômico global de doenças não transmissíveis, muitas das quais associadas à obesidade, vai alcançar 47 trilhões de dólares em 2030.

Segundo a consultoria, com o desenvolvimento de muitos países, a população passa a adotar cada vez mais um estilo de vida que as coloca em risco de obesidade e doenças relacionadas. No México, o líder do ranking, entre 2000 e 2012, a combinação de sobrepeso e obesidade entre adultos cresceu 12,5%. A população com sobrepeso e obesidade hoje corresponde a 71,3% do total.

China (28º) e Índia (46º), dois dos mais importantes países em crescimento estão entre os de “elevado risco” e “risco médio”, respectivamente. A presença da obesidade é relativamente baixa, mas esses países tem registro de uma população obesa em crescimento. O estudo cita uma estimativa da Organização Mundial de Saúde de que, entre 2005 e 2015, as condições de saúde associadas à obesidade podem reduzir a receita nacional na China em mais de 500 bilhões de dólares e, na Índia, em 200 bilhões de dólares se os governos não fizerem nenhuma intervenção.

E nas economias ocidentais o cenário também é preocupante, segundo o estudo. Pesquisas indicam que, nos Estados Unidos, trabalhadores com sobrepeso ou obesidade que tem pelo menos uma condição crônica custam para a economia 153 bilhões de dólares por ano em perda de produtividade em decorrência de faltas.

O índice de risco de obesidade elaborado pela Consultoria calcula o risco corrente e emergente para os negócios de 188 países. O índice considera o número total de pessoas com sobrepeso e obesidade no país e sua proporção na população. O índice incorpora também fatores de risco emergentes, incluindo uma avaliação da urbanização, crescimento da renda e a mudança nas populações. Para a Maplecroft, cada vez mais os trabalhadores são afetados pelo aumento dos níveis de obesidade e pela perda de produtividade, em decorrência de faltas no trabalho por causa de problemas relacionados à saúde.

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Fonte: Portal Exame, 20/05/2013

 

Dúvidas sobre alimentação no trabalho

Devido a falta de tempo, as pessoas não têm disponibilidade para fazer suas refeições em casa, ao menos, durante a semana. Daí a importância das empresas investirem em processos e alimentos de qualidade.
O-dilema-de-comer-fora-de-casaOs profissionais que precisam comer fora de casa procuram uma alimentação que seja saborosa, variada, bem apresentada, saudável, elaborada com higiene e produtos de qualidade. A hora da refeição é também um momento de lazer e descontração, por isto buscam ambientes agradáveis, limpos e adequadamente decorados. Também costumam levar em conta o custo-benefício da refeição.

Cria-se então um impasse: o que é mais saudável, alimentar-se com a refeição feita em casa, ir a um restaurante ou trabalhar numa organização que ofereça alimentação aos seus colaboradores?

“Optar por cozinhar em casa é mais barato, e a pessoa pode escolher os alimentos e os ingredientes conforme sua preferência, no entanto, está cada vez mais difícil ter tempo para preparar as refeições. E entre comer no restaurante da empresa e em outros estabelecimentos, a primeira opção é mais vantajosa, isso se a empresa investe em um ambiente de alimentação adequado. Além de, normalmente, o custo ser menor, não há necessidade de deslocamento e a alimentação é bem mais balanceada do que um fast food, por exemplo, que tem sempre o apelo dos pratos aceitos pela maioria, como massas, frituras e gorduras”, ressalta a diretora operacional da LC Restaurantes, Lenir Nori.

Vale-Refeição ou Restaurante da empresa?

Em termos de benefício, cada um deles tem vantagens e desvantagens:

Segundo a doutora Rosicler Dennanni Rodriguez, integrante da Câmara Técnica do CRN-3, o VR permite aos colaboradores a liberdade de escolher o local e tipo de alimentação que desejam. Podem variar o tipo de estabelecimento (desde que haja vários locais para se alimentarem próximo à empresa) e o tipo de alimento que desejam comer de acordo com sua vontade. O número de opções costuma ser maior.

A desvantagem é de que necessitam de um tempo maior para a refeição (ou ingeri-la em um curto espaço de tempo), muitas vezes necessitam se deslocar de carro (gastos maiores) e estarem atentos à qualidade dos alimentos e higiene do estabelecimento. “Além disso, muitos não sabem fazer escolhas saudáveis na rua e consomem comidas ricas em gorduras, calorias, sal e açúcar, prejudicando a saúde”, observa Rosicler.

Quando a empresa conta com uma estrutura de alimentação, tem a vantagem de praticidade, ganho de tempo de deslocamento, promover a integração dos funcionários e garantir a higiene e equilíbrio da refeição.

A desvantagem é, normalmente, uma menor quantidade de opções e estar sempre em um mesmo local, se o mesmo não tiver ambiente agradável.

A preferência se dará pelo estilo, disponibilidade e motivação do colaborador.

Qual custa mais à empresa: VR, VA ou Restaurante?

Em relação aos gastos, o valor do VR e o custo da refeição no restaurante da empresa são próximos, quando ambos atendem a uma refeição de qualidade em todos os aspectos.

Com o VA, o colaborador tem acesso a inúmeros estabelecimentos credenciados, como supermercados, hortifrutis e padarias, garantindo a compra de alimentos, tais como leite, ovos, frutas e legumes, itens estes que não fazem parte da cesta básica.

O VR é um cartão-benefício voltado ao pagamento das refeições em rede credenciada que inclui restaurantes, bares, lanchonetes e similares.

O restaurante da empresa pode ter administração própria (autogestão) ou ser terceirizado (empresa de alimentação especializada neste fim) e atende, na maioria dos casos, somente aos colaboradores da empresa.

Preferência dos profissionais

Muitas organizações já descobriram a importância de trabalhar com estratégias diferenciadas para tornar o local e o momento da refeição agradável, levando seus colaboradores a preferirem comer dentro da empresa ao invés de buscar opções fora dela. As estratégias vão desde o tipo de serviço (self-service, quilo, etc.), refeições temáticas, até tipos de opções diversas (grelhados, massas, pratos regionais, pratos lights, lanches saudáveis, grande variedade de saladas e frutas).

A doutora e nutricionista Rosicler acredita que para oferecer um restaurante de qualidade aos seus funcionários, a empresa deverá investir em seis frentes:

Alimentação– oferecer alimentos de qualidade comprovada (fornecedores idôneos), variedade, opções de pratos e tipos de preparações (dar preferência a preparações saudáveis, evitando alimentos calóricos, ricos em gordura, sal e açúcar); investir na educação nutricional dos colaboradores. Aparência e apresentação/decoração também são fundamentais;

Estrutura física – bons equipamentos de preparo, refrigeração, armazenamento e distribuição de alimentos, pois eles permitem confeccionar preparações com excelente qualidade final: mais saudáveis, bem apresentáveis e de menor risco à saúde. Além dos equipamentos, é importante investir nos utensílios e demais acessórios para o preparo, distribuição e uso do colaborador;

Ambientação – cores e decoração agradável. Espaços para café, bate-papo e descanso são bem vindos;

Higiene e limpeza – indispensável;

Atendimento de excelência – contar com profissionais treinados e capacitados para preparar, servir e atender aos clientes;

Acompanhamento – é fundamental ter um profissional nutricionista para garantir o equilíbrio dos pratos e preparações e prover a educação nutricional. Cada vez mais as pessoas estão se preocupando com a saúde e qualidade de vida e os restaurantes nas empresas passaram também a ter o papel de provedores da saúde, prevenindo doenças relacionadas ao estilo de vida inadequado como diabetes, hipertensão, colesterol elevado, tão comuns hoje em dia.

“Além disso, é importante ter uma ferramenta que permita que os colaboradores avaliem a qualidade da refeição. A nossa empresa de alimentação, por exemplo, disponibiliza aos clientes vários canais para que possam expressar sua opinião sobre nossos serviços. Estamos sempre abertos para ouvir e fazer as modificações que forem necessárias”, conclui Lenir Nori.

Fonte: Portal Carreira & Sucesso, 26/03/2013.

Comércio de suplementos na internet aumenta riscos de consumidores

Além de esconder a identidade do fornecedor, venda ilegal expõe o consumidor a produtos irregulares, fora da validade ou falsificados

suplementos_proibidosA venda de suplementos proibidos em lojas especializadas do Distrito Federal é facilitada pela precária fiscalização dos órgãos de controle sanitário. Não é preciso ir muito longe para comprar emagrecedores, estimulantes e substâncias de aumento de massa muscular. Na internet, o comércio clandestino desses produtos segue ainda mais à vontade. Protegido por pseudônimos, contrabandistas criam sites especializados e perfis em redes sociais para anunciar as mercadorias. Nesse caso, o risco é ainda maior porque os compradores podem adquirir substâncias sem procedência confiável e nocivas à saúde.

O Correio encontrou pelo menos 12 páginas na rede mundial de computadores que oferecem OxyElite Pro, Jack 3D, Lipo-6 Black, entre outros compostos não permitidos no Brasil. No Facebook, é comum encontrar fóruns de discussão sobre os efeitos dos produtos. Alguns elogiam os resultados obtidos após a ingestão das cápsulas, mas há muitos relatos de pessoas que passam mal. “Senti desconforto nos primeiros dias, enjoo, aceleração dos batimentos”, escreveu uma internauta.

Em outra página eletrônica, uma jovem conta os prejuízos à saúde causados pelo uso do OxyElite Pro. “Tem 20 dias que eu estou tomando. Sabe o que eu senti? Um sono terrível, tristeza, desânimo. Sinto que joguei R$ 160 no lixo”, reclama. Em dezembro do ano passado, outra internauta escreveu um depoimento contestando os possíveis benefícios do suplemento. Ao contrário das promessas feitas pelos anunciantes, a mulher lista uma série de reações adversas. “Estou tomando há 10 dias e devo dizer que está me fazendo um mal enorme. O estômago dói o dia todo, a boca fica com gosto ruim e não consigo ver comida. Dizem que dá disposição, mas dá vontade é de morrer”, relatou.

Fonte: Correio Braziliense, 18/01/2013

O lado B dos ursos de Coca-Cola

Animais obesos e doentes protagonizam viral criado por Alex Bogusky para criticar indústria de refrigerantes, em mais uma investida contra ex-clientes

Alex Bogusky segue sua investida como homem da propaganda dedicado a boas causas. Após alguns anos, ele está de volta e centra fogo na indústria de refrigerantes. Para criticar os efeitos nocivos dessas bebidas, ele transformou os icônicos ursos polares usados nos comerciais de Coca-Cola para mostrar os efeitos do consumo excessivo e prolongado do produto. O vídeo, produzido em animação, foi criado para o Center of Science in the Public Interest (CSPI), um grupo de advocacia baseado em Washington e tem como trilha a faixa “Sugar”, do cantor pop Jason Mraz.No enredo, uma adorável família de ursos polares é vista bebendo refrigerante avidamente. Os resultados são negativos: eles ficam acima do peso e seus dentes apodrecem, além de sofrer dos efeitos de diabetes. Eles patrocinam as máquinas “Be Happy Please” – ataque aparente à campanha “Open Happiness” da Coca-Cola e suas máquinas de venda. No final, os ursos percebem que estão tristes por causa do efeito da bebida açucarada, então jogam fora o refrigerante.

O vídeo direciona os espectadores para um site, onde são convidados a compartilhá-lo por meio das redes sociais: “Compartilhe no Facebook. Tuíte isso. Dê um Pin nisso. Compartilhe no Google+. Passe o link por e-mail a seus amigos e parentes. Mostre o vídeo na escola. Sente-se e assista com toda sua família. Faça uma noite do cinema e veja o vídeo antes da atração principal. Converse sobre ‘Os verdadeiros ursos’ no YouTube. Poste em seu blog ou website. Faça isso. Você é o mensageiro. Compartilhar é o único meio que temos de fazer com que a infeliz verdade sobre o refrigerante se espalhe pelo mundo”, conclama o site da campanha.

No mesmo tom inflamado, outra seção do site destaca citações de executivos deste mercado, como o CEO da Coca-Cola, Muhtar Kent, e Katie Bayne, presidente da Sparkling Beverages North America. Uma das declarações de Bayne: “Não há evidência científica que relacione bebidas açucaradas à obesidade” aparece seguida da palavra “mentira” em negrito. Também há afirmações como “Verdade: Tomar uma ou duas bebidas açucaradas por dia aumenta o risco de diabete tipo 2 em 25%” e “Diabete pode levar a disfunção erétil”.

Por e-mail, Susan Stribling, porta-voz da Coca-Cola, declarou ao Ad Age: “Isto é irresponsável e o costumeiro discurso da CSPI. Não ajudará ninguém a entender o equilíbrio de energia, que é fundamental segundo alguns experts especializados que estudaram estas questões – um grupo que, por falta, não inclui CSPI. Já falei o bastante”.

Embora o anúncio se refira diretamente à Coca-Cola, Jeff Cronin, diretor de comunicações da CSPI, afirmou que o grupo está tentando assegurar que os norte-americanos pensem duas vezes antes de ingerir qualquer bebida açucarada e está se dirigindo sobre todas as empresas que divulgam tais produtos. “O filme não somente ataca a Coca-Cola, mas busca mudar o posicionamento de todas as bebidas açucaradas, não importa quem as produza. Pepsi, Coca e outras empresas vendem esses produtos como fontes da felicidade. Queremos mostrar que eles provocam mais do que sua fatia de tristeza”, disse Cronin.

Mas o vídeo será capaz de persuadir consumidores a mudar seu comportamento? Cronin afirma: “A maior fonte de informação ao público sobre bebidas com açúcar é a indústria que as fabrica, não especialistas em saúde. Nunca competiremos com eles quando se fala em orçamento de publicidade. Mas este filme contém informação que será nova para muita gente”.

O publicitário virou ativista
A investida de Alex Bogusky é curiosa: ele se volta, agora, contra uma empresa que já ajudou a forrar seus bolsos. Durante anos, sua antiga agência, Crispin, Porter & Bogusky, foi contratada pela Coca-Cola para trabalhar com Coca Zero. Mas esta não é a primeira vez que ele se volta contra um antigo cliente. Bogusky criou anúncios para o Burguer King e, mais tarde, lançou o livro 9 Inch Diet, que condenava as empresas de fast food.

Cronin, da CSPI, caracteriza a crítica de Bogusky contra a indústria do refrigerante como “corajosa”. Quando perguntado se a ação poderia ser vista como hipócrita, já que Bogusky lucrou com a mesma empresa que agora condena, o porta-voz disse: “Acho que reflete o comprometimento deles para com comunidades mais felizes e sudáveis”.

Recentemente, Bogusky participou de uma das maiores brigas contra a indústria alimentícia do ano, desembolsando US$ 100 mil em apoio à aprovação de uma proposta, na Califórnia, que exigiria rótulos especiais para alimentos contendo ingredientes geneticamente modificados. Sua doação o colocou contra players do setor, como Pepsico, Nestlé e Coca-Cola – todos doadores da campanha contra a aprovação da proposta.

Além dessas duas causas, Bogusky se envolveu com o Made Movement assim que deixou a CP&B. O movimento é uma startup focada na valorização de produtos fabricados em território norte-americano. Outra “causa”, talvez a de maior repercussão até aqui, foi uma campanha antitabaco criada quando ainda estava à frente da CP&B. Criado como parte de uma campanha local, o comercial “Truth” (verdade, em inglês), para a American Legacy Foundation, há cerca de cinco anos (assista abaixo a um dos comerciais, criado em parceria com a Arnold). Procurado para comentar a recente polêmica, Bogusky não se pronunciou.

Fonte: Meio&Mensagem, 11/10/2012.

Obs: Entrem no link da matéria no site da Meio&Mensagem e assistam aos vídeos.

Comida japonesa pode prejudicar a saúde e o meio ambiente

Sushis, sashimis, niguiris, temakis – o peixe cru coloriu as mesas e ganhou muitos fãs no mundo inteiro. Eles se multiplicam nos restaurantes tradicionais, nas redes de fast-food japonês, e até em quiosques, só para apreciar a comida da terra do Sol Nascente. Muito marcante na cultura brasileira, a culinária japonesa pode estar escondendo graves perigos à saúde das pessoas e ao meio ambiente.

Matéria prima para a elaboração dos pratos frios, o salmão selvagem é um peixe caro, de águas geladas, difícil de ser pescado e que mantém sua dieta à base de crustáceos coloridos, além de camarões e krill. Com a popularização da comida oriental, os norte-americanos passaram a criar os salmões de cativeiro, visando suprir a demanda de consumo. Bem mais baratos, eles se alimentam de rações industrializadas que concentram grandes quantidades de remédios para evitar doenças e acelerar a reprodução. Além disso, os peixes de cativeiro também ficam expostos a corantes sintéticos que “tingem” a cor natural das suas carnes.

Justamente por não ser tão acessível – nem para os pescadores, nem para os consumidores finais – a espécie selvagem do peixe tem se tornado cada vez mais rara nos restaurantes do ocidente. Um dos resultados da manipulação nos cativeiros é a alta concentração de gordura nos salmões – enquanto os naturais possuem altos índices de Ômega 3, o de cultivo apresenta uma concentração muito alta de gorduras saturadas.

Outro caso preocupante é o atum, que também é apreciado no barco de sushis e sashimis. O gigante é um dos peixes de água salgada que mais correm risco de extinção. Uma recente pesquisa publicada pela FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação) indica que a população mundial consome, em média, 6,6 milhões de toneladas de atum por ano. A carne nobre do peixe possui um valor comercial altíssimo, por isso, acaba ficando exposta à pesca predatória. Como o atum sofre risco iminente de extinção, a sua criação em cativeiros poderia acabar amenizando o problema, ao contrário do caso dos salmões.

No Brasil, há alguns restaurantes de culinária contemporânea que misturam ingredientes da cozinha nacional com receitas da culinária japonesa, criando pratos frios exóticos, como os sushis e sashimis com espécies de peixes da Amazônia.

Fonte: Consumidor Moderno, 04/10/2012.

Especialistas discutem saúde, bem-estar e longevidade

Mais de 200 médicos do Brasil e do exterior participam de um fórum que tem como tema “Relação entre o Bem-Estar e a Medicina Preventiva”

A cidade de campinas sediou nos dias 25 e 26 de maio a primeira edição do fórum saúde e bem-estar que reuniu empresas de saúde, diretores de RH e mais de 200 médicos do Brasil e do exterior em workshops e palestras promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide) presidido por João Doria Jr. e pelo Lide Saúde liderado pelo médico oftalmologista e presidente do Hospital Albert Einstein em São Paulo, Claudio Lottenberg.

O Fórum, que tem como tema “Relação entre o Bem-Estar e a Medicina Preventiva” foi aberto com um jantar que homenageou o médico, cientista e ex-ministro da saúde, professor dr. Adib Jatene, que devido a problemas de saúde esteve representado por seus familiares e contou com as presenças do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e do secretário estadual da Saúde, Giovani Cerri, no Royal Palm Plaza Resort, em Campinas.

O presidente do Lide Saúde, Claudio Lottenberg, disse que as questões da saúde vêm trazendo preocupação crescente por parte da sociedade, das autoridades governamentais e do setor privado. A questão do envelhecimento da população mostra claramente que esta longevidade é fruto de uma evolução tecnológica, mas também das inúmeras formas de poder lidar com vários hábitos de vida saudável.

“O que esse fórum propõe é justamente trazer a discussão o que isso pode representar não só na perspectiva deste envelhecimento, mas como da qualidade de vida dessas pessoas. Nós sabemos que muito se faz através da tecnologia, mas ela não é  a única forma de interferir para os hábitos de saúde. A respeito disso, nós sabemos também que a genética vai transferindo uma série de contribuições, mas a qualidade de vida independe de tecnologia e justamente essa discussão é o foco desse encontro”, explica.

O ciclo de palestras, no sábado, teve como temas “A força da Ciência e da Fé para uma vida mais saudável”; “A alma do negócio” e “A Revolução do Bem-Estar”. Ao todo foram 5 workshops que trataram dos temas “Como envelhecer com saúde e felicidade”; “Saúde mental, longevidade e qualidade de vida”; “Bem-Estar e a dinâmica do trabalho”; “Medical Fitness Association, nova realidade da medicina, dentro da academia” e “Medicina Personalizada”. Durante o evento, foram prestadas homenagens aos 20 médicos mais conceituados do Brasil, dentre eles, David Uip, Raul Cutait e o próprio secretário estadual da saúde, Giovanni Cerri.

Entre os palestrantes, estiveram nomes como Deepak Chopra, cofundador do “The Chopra Center For Well Being”, médico endocrinologista, autor de mais de 55 livros na área de saúde e bem-estar, incluindo 14 best-sellers, dr. Everton Nogoceke, cientista e diretor do Centro Roche de Genômica Médica; Paul Zane Pilzer, fundador do Zane Benefits, Extend Health, Zane Publishing e The American Academy. Paul Zane é economista, empresário, professor e escritor. Um dos mais importantes analistas de tendências do mundo atual e foi assessor de dois presidentes norte-americanos, George W. Bush e Ronald Reagan, e dr. Gary Small, cientista e membro do Instituto Herbalife de Nutrição.

Fonte: Adaptação de publicação no Jornal DCI – Diário Comércio Indústria & Serviços, em 25/05/2012.

Funcionário saudável = desconto no IR

Projeto de lei inédito, ainda em discussão no Congresso Nacional, promete beneficiar empresas com abatimento em Imposto de Renda para organizações que mantiverem programas de qualidade de vida em sua estrutura

Melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores e, em contrapartida, obter maior produtividade, melhorando os índices de desempenho. Foi exatamente este o pensamento do deputado João Arruda (PMDB-PR) ao desenvolver o Projeto de Lei 2136/11 que concede abatimento no Imposto de Renda (IR) para empresas que mantiverem uma estrutura fixa e funcional para a realização de práticas esportivas e de qualidade de vida em seus ambientes por meio da atuação de profissionais de educação física e/ou nutrição em seu quadro laboral.

Ainda em análise na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio, da Câmara dos Deputados, aguardando parecer do relator, o deputado Fernando Giacobo (PR-PR), a proposta proporcionará às organizações que aderirem o abatimento de 1% sobre o valor total a ser recolhido ao IR, no caso de companhias de médio e grande porte; e 3% sobre o valor total a ser recolhido por micro e pequenas empresas.

Em uma visita à empresa BS Colway, empresa do segmento de pneumáticos, na região metropolitana de Curitiba, Arruda verificou grandes mudanças após a inclusão de um programa interno de saúde. “O presidente da companhia reduziu a carga horária dos funcionários em uma hora para a execução de atividades físicas durante o expediente. Tal medida, após dois meses, resultou num aumento de 25% da produção e significante redução de faltas e problemas de saúde”, argumenta o parlamentar paranaense.

Após a visita, Arruda não teve dúvidas. Este era o modelo ideal para as empresas brasileiras. “A implementação do projeto beneficiará ambas as partes. Um trabalhador mais disposto e saudável e empresas com menor indice de afastamento por problemas como Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT)”, complementa.

Para o deputado, o desconto no IR não causará prejuízos aos cofres públicos, à medida que os custos com saúde, afastamento e pensões serão reduzidos. “Haverá significativa diminuição nos problemas causados pelo esforço repetitivo e muitos outros agravamentos que, atualmente, preenchem filas enormes do Sistema Único de Saúde (SUS) e do INSS”, afirma.

Agora, o maior desafio é mostrar para o governo federal que tal projeto não será uma renúncia à receita e não trará perdas à União. “Eles deixarão, sim, de receber dos empresários. Em contrapartida, devem entender que este incentivo à prática esportiva e à alimentação balanceada proporcionará, em longo prazo, significativa redução nos gastos com saúde”, ressalta o presidente do Conselho Federal de Educação Física (CONFEF), Jorge Steinhilber.

Difundida e Incentivada

“Pessoas felizes produzem mais”. Isso é o que acredita o consultor de Gestão Empresarial, Jorge Gonçalves, ao estudar esse novo plano. “Atividade física e alimentação adequada e balanceada são uma forma das pessoas se sentirem assim, bem consigo mesmas e mais saudáveis. Este tipo de cultura dentro das empresas é um ótimo negócio”, observa.

Jorge acredita ainda que, para o mercado Fitness como um todo, abre-se possibilidade de novos nichos de trabalho. “Os profissionais poderão atuar em outras frentes, melhorando a vida das pessoas. Isto será um diferencial”, conclui.

No caso do profissional de Nutrição, a refeição balanceada no refeitório passará a não ser a única prioridade. “O nutricionista deverá orientar os funcionários de como realizar as refeições em casa de forma correta também”, explica Arruda. O aluno que proceder conforme o cronograma, receberá do profissional um atestado de que cumpriu as metas conforme indicado.

Regras claras

O abatimento no IR só valerá para empresas que mantiverem em seus quadros de funcionários educadores físicos e/ou nutricionistas. Esse desconto será concedido mediante declaração do profissional comprovando que, pelo menos, 50% dos colaboradores gozam desse benefício.

É importante ressaltar que os descontos são diferentes. “Para a contratação de um profissional de educação física será um abatimento e para o nutricionista, outro. Ou seja, eles são somados caso a companhia opte por manter os dois benefícios”, explica Arruda, que complementa: “Muitos empresários devem estar se perguntando se será preciso abrigar uma academia dentro da estrutura de sua organização. A resposta é não. Como o custo da instalação é alto e algumas empresas não têm orçamento previsto para isso, os empresários podem optar em manter parcerias com academias próximas à sede ou à região para a execução de atividades dessa natureza, angariando os benefícios”, finaliza.

Fonte: Fitness Business, mar/abr/2012, nº 58, p. 54-56.