Refrigerantes e outras bebidas causam 180 mil mortes precoces

Pesquisadores do departamento de saúde da Universidade de Harvard lançaram um estudo que aponta a relação entre bebidas açucaradas e a incidência de mortes precoces. Os especialistas consideraram a situação em 114 países e concluíram que 180 mil mortes são causadas anualmente em decorrência deste açúcar.

As bebidas que detêm este perfil e estão entre as mais consumidas no mundo são os refrigerantes, isotônicos, energéticos, entre outras. De acordo com o estudo, o excesso de açúcar ocasiona obesidade, doenças no coração, diabetes e alguns tipos de câncer, que por sua vez estão relacionados ao grande número de mortes precoces.

refrigerantes

Os pesquisadores trabalharam este tema durante cinco anos, sob a liderança do pós-doutor Gitanjali M. Singh, e concluíram que das 180 mil mortes causadas pelas bebidas açucaradas 133 mil delas são relacionadas à diabetes, 44 mil por doenças cardiovasculares e seis mil em consequência de câncer.

Nos EUA os debates sobre as grandes embalagens de refrigerante já geraram muita polêmica e renderam proibições e novas legislações. Mesmo assim, a nação soma 25 mil mortes precoces com o perfil analisado pelos especialistas. O México é outra nação com destaque negativo. Os pesquisadores dizem que o consumo médio no país latino-americano e de 700 ml de bebidas deste tipo por dia, considerada a maior taxa entre os locais estudados.

O codiretor do programa de epidemiologia vascular de Harvar, Dariush Mozaffarian, explicou que três quartos destas mortes precoces estão concentradas em países de baixa e média renda. “Este não é apenas um problema dos países ricos”, informou o especialista em declaração à CNN.

“Nosso estudo mostra que dezenas de milhares de mortes no mundo são causadas pela ingestão de bebidas açucaradas e isso deve impulsionar as autoridades políticos a adotarem medidas fortes para reduzir o consumo de bebidas açucaradas”, finaliza Singh.

Fonte: Consumidor Moderno, 22/03/2013.

‘Os suplementos nutricionais ainda são estigmatizados’, diz fisiologista

Os suplementos nutricionais ainda são de certa forma estigmatizados. Mesmo sem existir qualquer pesquisa de opinião para servir de parâmetro, quem trabalha na área das ciências da atividade física sabe que a maioria das pessoas ainda têm grande receio de consumi-los. As razões para este “medo” são várias e foram listadas no destaque abaixo. Confira:

euatleta-suplemento-get

– Os primeiros consumidores dos suplementos nutricionais foram os chamados “heavy users” que se constituem nos fisiculturistas e praticantes de exercícios pesados de musculação. Para atender este público, as empresas criaram uma linguagem de comunicação nas embalagens e anúncios direcionada a sensibilizar fundamentalmente quem quer ganhar massa muscular. Esta comunicação atinge este público fiel, porém muitas vezes até assusta o indivíduo comum e potencial consumidor.

– Existem muitos mitos e informações erradas a respeito dos suplementos. Muito frequentemente se confunde o conceito de suplemento com o de drogas anabolizantes, criando um receio ainda maior de seu consumo.

– A falta de informações corretas que deveriam chegar até mesmo aos profissionais de saúde é outra razão deste estigma. É importante convencer a opinião pública de que suplemento é alimento e não medicamento.

– O abuso no consumo de alguns produtos por parte de consumidores mal orientados e o justificado receio de prejuízo à saúde, alimentando opiniões contrárias ao seu uso, também contribui para prejudicar o seu conceito.

– Até mesmo o nome dos produtos que aparecem nos rótulos dificulta o entendimento do potencial consumidor. Quando for possível esclarecer a todos que Whey Protein é a proteína do soro do leite, Maltodextrina é um açúcar de rápida absorção, BCAA são aminoácidos importantes para uma boa nutrição, entre vários outros exemplos, quem sabe o conceito do suplemento possa mudar.

Os suplementos são recursos nutricionais importantes, e seu consumo bem orientado atende a diferentes necessidades, com resultados muito convincentes. A sua indicação não se restringe aos praticantes de atividades físicas, para os quais ele até foi concebido. Com uma boa orientação, os suplementos podem beneficiar crianças em fase de crescimento e desenvolvimento, idosos com necessidades nutricionais especiais, além de ser utilizado para correções de dietas com algumas carências em função de hábitos alimentares inadequados.

A questão é derrubar os preconceitos em relação a estes nutrientes, e as próprias empresas já se dedicam atualmente a desenvolver linhas de produtos com um apelo diferente, resgatando o conceito de suplemento como alimento, com proposta de atender as necessidades nutricionais e também como forma de promoção de saúde.

Fonte: Eu Atleta (GloboEsporte.com)

Nova preocupação de saúde com a carne vermelha

meat-productOs médicos há muito tempo assumiram que a gordura saturada e o colesterol na carne vermelha são o que aumentam o risco de doença cardíaca. Mas um estudo publicado na revista Nature Medicine aponta outro culpado: a carnitina, um composto abundante na carne vermelha, que também é vendida como um suplemento dietético e encontrado em algumas bebidas energéticas.

Carnitina normalmente ajuda o corpo a transportar ácidos graxos para dentro das células para ser usado como energia. Mas os pesquisadores da Clínica de Cleveland descobriram que, tanto em seres humanos como em ratinhos, algumas bactérias no trato digestivo convertem a carnitina em outro metabólito, chamada TMAO, que promove a aterosclerose, ou um espessamento das artérias.

Os pesquisadores, liderados por Stanley Hazen, chefe de medicina celular e molecular no Instituto de Pesquisa Lerner da Clínica de Cleveland, testaram os níveis de carnitina e TMAO de onívoros, veganos e vegetarianos, e examinaram os registros de 2.595 pacientes submetidos a avaliações cardíacas. Em pacientes com níveis elevados de TMAO, e com mais carnitina no sangue, o mais provável é que eles estavam a desenvolver doenças cardiovasculares, ataques cardíacos, acidente vascular cerebral e morte.

Muitos estudos têm relacionado o consumo de carne vermelha e processada a doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer. A Escola de Saúde Pública de Harvard informou no ano passado que entre 83.000 enfermeiras e 37.000 profissionais de saúde do sexo masculino, acompanhados desde os anos 1980, aqueles que consumiram níveis mais altos de carne vermelha tiveram o maior risco de morte durante o estudo, e que um serviço adicional por dia de carne vermelha aumentou o risco de morte em 13 por cento.

As novas descobertas não significam que a carne vermelha é mais perigosa do que se pensava anteriormente. Mas eles podem ajudar a explicar o risco subjacente de comer carne vermelha, o que alguns pesquisadores têm pensado há muito tempo foi maior do que a gordura saturada e o colesterol sozinhos poderiam explicar.

Dr. Hazen especulou que a carnitina podia estar compondo o perigo. “O colesterol é ainda necessário para entupir as artérias, mas o TMAO muda o modo como o colesterol é metabolizado – como o dimmer em um interruptor de luz”, disse ele. “Isso pode explicar por que duas pessoas podem ter o mesmo nível de LDL [uma medida de um tipo de colesterol], mas uma desenvolve doença cardiovascular e a outra não.”

Em uma descoberta surpreendente, o Dr. Hazen disse, foi como uma dieta de longo prazo que incluiu carne afetou a quantidade de TMAO produzindo bactérias no intestino e, assim, ampliou o risco. No estudo, quando comedores de carne de longa data consumiam um bife de 250 gramas e um suplemento de carnitina, os níveis dessas bactérias e de TMAO aumentavam consideravelmente. Mas quando um vegano comia a mesma combinação, ele não mostrava nenhum aumento de TMAO ou mudança bacteriana.

“Veganos basicamente perdem a capacidade de digerir carnitina,” disse o Dr. Hazen.

O estudo, patrocinado pelos Institutos Nacionais de Saúde, não avaliou o quão pouca carne vermelha as pessoas poderiam consumir e ainda ter um TMAO elevado. Tampouco olha quanto tempo alguém tinha que abster-se de carne vermelha para terminar o processo. “Sabemos que vai ser mais do que uma semana, mas menos de um ano”, disse o Dr. Hazen.

Ele e seus colegas vêm explorando como a alteração da bactéria intestinal pode influenciar o risco de doença cardíaca. “No futuro, talvez haja um iogurte saudável para o coração, ou uma droga para bloquear a formação de TMAO”, disse ele.

Fonte: Fox News.com, 08/04/2013.